20 de dez. de 2010

Opções parte III


  Primeiramente desculpem pelo atraso na postagem, mas vamos ao que interessa. Já comentei como é basicamente a estrutura de uma opção, e agora vamos dar continuidade ao assunto. No exemplo do post anterior, o comprador da opção pagou um Premium no valor de R$ 5.000,00 para ter o direito e não a obrigação de comprar o imóvel dentro de 4 meses. Mas porque não comprar o imóvel ao invés da opção?
Obs: Para ser utilizadas opções, o mercado imobiliário, assim como a renda variável, deverá ter grandes oscilações. (Geralmente causada por especulações de investimento do governo e outros empreendimentos na região do imóvel)
Imagine que você escutou um boato que ao lado do imóvel que você quer comprar vai ser construído um shopping. O que faria os preços do imóvel valorizar muito caso fosse verdade. Nesse caso você ia se deparar com duas situações. A primeira situação é se o boato foi apenas um boato, ou se realmente o shopping será construído. O imóvel está valendo R$ 100.000. E diante dessa especulação, a opção entra na história. Se você comprar o imóvel e o shopping não for construído, você poderá sofrer um prejuízo com a desvalorização do local. Então você paga o Premium de R$ 5.000,00 ao vendedor, e durante os 4 meses, somente você terá o direito de comprar o imóvel. Seu risco total são os R$ 5.000,00. Se durante os 4 meses, o shopping não for construído, você simplesmente não compra a propriedade e o vendedor fica com o Premium. Portanto seu risco é limitado e seu lucro ilimitado. Agora vamos supor que você compre a opção é o shopping começa ser construído, e isso atraí outros empreendimentos na região, o imóvel que antes valia R$ 100.000 passa a valer R$ 180.000. E como combinado (veja no post anterior) se você fosse efetuar a compra do imóvel, direito que você adquiriu ao pagar o Premium, o valor seria R$ 110.000. Então você poderia efetuar a compra por R$ 110.000 (strike price) independente do valor atual. E o lucro seria de R$ 65.000 (5.000,00 do Premium + 110.000 que foi o valor pago pelo imóvel totalizando 115.000, sendo o seu lucro a diferença entre o valor atual 180.000 menos as despesas)
O exemplo do mercado imobiliário ilustra muitos aspectos de como as opções funcionam em bolsas de futuros e ações. Vou dar um exemplo de como você poderia usar uma opção para negociar uma commodity de prata. Suponhamos que a prata esteja cotada em $5 por onça (quase 29 gramas), e a formação no gráfico indica que os preços irão subir. Você poderia comprar um contrato de futuros, mas para controlar um contrato de prata, é exigido que você pague mais de 9.000 dólares. Um contrato controla 5.000 onças de prata, portanto um contrato gera um lucro ou prejuízo de $50 a cada centavo de mudança de preço. Você tem a possibilidade de ter lucros ilimitados, mas os prejuízos também seriam ilimitados. Como no exemplo do imóvel, pode ser que você não possua capital suficiente para compra desse contrato e você poderia decidir que não esta preparada para se expor ao risco e porque é cedo dizer que o mercado irá movimentar ao seu favor. Mas para não perder a oportunidade, você compra uma opção (de compra) de prata que te dá o direito de lucrar com os preços crescentes sem se expor ao risco ilimitado. O seu risco total seria o Premium da opção, valor muito menor que os mais de $ 9000,00 do contrato.
No próximo post nós veremos mais fundamentos das opções.

Obrigado!

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